Santa Clara

“Observe se está imitando a Cristo…”

santa-clara

Santa Clara alma-irmã de São Francisco de Assis traduz com sua vida o significado de confiança em Deus. Alma repleta de amor divino devotada à caridade.

Assim como Francisco, abandonou um mundo de riqueza e prestígio social de sua família para dedicar-se aos pobres, à caridade e ao cuidado das coisas santas. Abdicou da vida nobre, rompendo com padrões de época como o casamento para a qual já estava prometida. Para prosseguir em seu projeto de vida religiosa contou com a ajuda de Francisco que foi seu iniciador.

Francisco corta-lhe os cabelos rompendo com os laços que a prendiam no “mundo”. Passa a pertencer ao Nosso Senhor, é o seu voto. Com este fato seu padrasto perdia a autoridade sobre ela. Quando fora busca-la, sob força de sua milícia particular, encontrou-a como esposa do Cristo. Tentou ainda um confronto, que justificaria sua excomunhão, mas no enfrentamento Clara segurou a toalha do altar, gesto que reforçava publicamente o seu pertencimento, fazendo recuar o padrasto e toda a força militar que o acompanhava.

Amor, pureza, carinho, pobreza, humildade, alegria no servir à Deus, obediência, caridade… virtudes que faziam com que seus contemporâneos, especialmente aqueles que compartilhavam a vida religiosa com Clara, vissem nela uma mulher santa semelhante à Nossa Senhora.

Os milagres são sinais exteriores de sua grande fé em Deus. Entre eles está a multiplicação de pães e a defesa do claustro. Houve momentos em que ela e aquelas que a seguiram viveram de esmolas. Nem sempre conseguiam o provento necessário para o dia. Clara chegou a receber pão duro dos pobres, aqueles que procurava ajudar.

Cecília uma de suas companheiras relatou o milagre da multiplicação dos pães (ocorrido em vários momentos de dificuldade). Ela havia chegado no convento cansada e reclamou de seu insucesso em conseguir pães; fora alvo de escárnio nas ruas, considerada louca por aqueles que a conheceu na riqueza. Enquanto Cecília lamentava o infortúnio Clara lavava seus pés, ao término simplesmente sorrira e a convidara à oração. Ao seguir Clara a jovem irmã constatou que a sacola antes vazia encontrava-se repleta de pães! Que alegria vivenciar o que Clara sempre dizia: Confia no Senhor!

Noutra situação, adoecida, prostra os joelhos em terra, invocando o Cristo eucarístico. Pedia-lhe a defesa do claustro e da cidade que, na ocasião, era invadida por sarracenos. Muitas vidas estavam em risco numa guerra que se iniciava. Segurando a hóstia, a santa rogou: “Senhor, guardai Vós estas vossas servas, porque eu não as posso guardar”. Ouviu-se então uma voz suave dizendo: “Eu te defenderei para sempre”. Aquele a quem devotou tão singelo amor nunca a abandounou!

A Barquinha louva e bendiz Santa Clara cuja presença na luz é motivo de alegria dos devotos que buscam ter compreensão do mundo espiritual, daqueles que necessitam ter aberto seus olhos para as coisas de Deus. Nas obras de caridade junto às carmelitas socorre os aflitos que nesta casa buscam auxílio. Louvamos e bendizemos Senhora Santa Clara pelos méritos benditos que Deus lhe conferiu para ser sal da terra e luz no mundo. Salvemos Santa Clara!

santa-clara2

Santa Clara em seu dia lhe rogamos,
Ilumina os pobres e desvalidos deste mundo,
Dai pão a quem tem fome!
Ilumina os marinheiros desta missão
e infunda amor e paz em nossos corações.
Abençoe e defenda a nossa missão e as caridades
que em nome de Deus nela se presta.
Rogai a Deus por nós, santa da luz!

 

Trecho da Bula de Canonização de Santa Clara, publicada pelo Papa Alexandre IV, que canonizou a Santa em Anagni a 15 de outubro de 1255.

“Clara… Rica em sabedoria sobressaiu na humildade. Foi Clara no nome, mais clara por sua vida  claríssima em suas virtudes…”

 “O mundo recebeu de Clara um claro espelho de exemplo: por entre os prazeres celestiais ela oferece o lírio suave da virgindade. E na terra sentem-se os remédios manifestos do seu auxílio.

“Ó admirável clareza da bem-aventurada Clara, que quanto mais diligentemente é buscada em pontos particulares mais esplendidamente é encontrada em tudo. Brilhou no século e resplandeceu na religião. Em casa foi luminosa como um raio, no claustro teve o clarão de um relâmpago! Brilhou na vida, irradia depois da morte. Foi clara na terra e reluz no céu! Como é grande a veemência de sua luz e como é veemente a iluminação de sua claridade!”